26.7.10

Tapioca: entre a dor e a delícia

Existem dois tipos de tapioca, a feita com amido de mandioca, ou seja, polvilho azedo e a de farinha de tapioca que é o polvilho tratado à moda indígena, uma farinho grossa que também serve pra muitas outras receitas, e que vem naquela embalagem com a Yemanjá ilustrando.

Essa versão exige umas boas horas de paciência, pois para hidratá-la demora mais ou menos 12 horas. A versão do polvilho azedo, é Express e demora 5 minutos pra fazer.

Agora fácil mesmo é ir no mercadão ou numa casa do norte e comprar a goma pronta, hidratada.

Eu faço a tapioca de polvilho azedo, mas confesso que antes, muito antes de eu conseguir molhar o polvilho corretamente, houve um longo caminho de muitos erros, gomas muito úmidas, pacotes inteiros no lixo e coadores em frangalhos.

Mas onde não há suor, não há glória.

Coloque numa vasilha uma xícara de polvilho azedo, uma pitada de sal, um fio de óleo. Numa outra vasilha, coloque água. Com tudo a postos, começa o momento que precisa de atenção, intuição e um tato delicado.

Na mistura de polvilho vá colocando colheradas de água, e com a outra mão fazendo movimentos de farelinho ( sabe quando a gente faz castelos de areia?), misturando a água ao polvinho. Se perceber que a massa vai ficar muito úmida, pare de acrescentar água e continue mexendo, a textura correta deve ser um farelo grosso, ao apertar as bolinhas do farelo na mão ela não pode virar uma pasta e sim um farelo fino. Deu pra entender? A tempo de corrigir, acrescente mais polvilho.

Você vai saber que a mistura deu errado se o polvilho começar a formar uma massa grossa, grudenta. Dai, é recomeçar do zero.

Quando a misture estiver pronta, separe uma panela de teflon e um coador de furos médios, pode ser o de plástico, mas dê preferência para o de metal, que é mais resistente à colher.

Ligue o fogo em chama media, e coloque uma porção de mistura no coador; com uma colher, como fazemos com suco de laranja, coe a mistura na panela. Eu prefiro tapioca fina, há quem goste da grossa.

Quando cobrir toda a frigideira, o calor vai fazer com que a goma se forme e una, fazendo uma panquequinha, se for comer recheada, ao perceber que está ficando dura, acrescente o recheio e com a ajuda da colher feche um dos lados, como um pastel. Espere mais um pouco e vire para cozinhar o outro lado.

No prato, uma generosa quantidade de manteiga é bem vinda por cima.
Vale recheio de tudo, queijo, leite condensado, goiaba... A próxima receita que se segue é a de abóbora com carne seca.

Aproveitamento Integral: Tapioca recheada com purê de abóbora paulista com casca e carne seca.


Essa combinação de abóbora e carne seca serve pra tudo, desde torradinhas numa festa a recheios de tapioca e de ravioles.

A carne seca exige um pré preparo básico para dessalgar a carne. Se ela não for muito salgada, pode colocar na panela de pressão com água suficiente para cobrir, depois que a panela começar a fazer a pressão, deixe por 15 minutos. Quando der pra retirar a carne, prove, se ainda estiver salgada, faça mais uma ou duas cocções numa panela normal, para terinar de dessalgar e deixar ela mais macia.

Terminado este processo, corte em pedaços grandes, e manda bala no liquidificador, ela vai soltar em fiapos. Reserve.

Para o purê o único segredo mesmo é colocar muita manteiga, dica dos franceses. A manteiga deixa consistência mais homogênea, saborosa e cremosa. Essas calorias extras valem a pena.

Para uma receita que use um pacote inteiro de carne seca, use um quarto de abóbora que picada em pedaços grandes deve ser cozida com casca até ficar mole. Depois faça o purê dela como preferir: no garfo, na maquina de purê, no processador, no liquidificador.

Purê pronto, refogue em outra panela uma cebola inteira picada, acrecente o purê e mexa mais um pouco, em seguida, sempre mexendo vá acrescentando aos poucos a manteiga, sem medo, vai meia barra. Corrija o sal e acrescente pimenta do reino e o que mais bater na sua inspiração.

Na tapioca ainda na frigideira, acrescente uma colherada do purê e um tanto de carne seca. Vai do gosto de cada um.

Eu gosto bem recheada, bojuda, escorrendo nas mordidas.

Lá em casa eu vi gente sair no tapa pra comer as últimas tapiocas.


Foto: André Mantelli

23.7.10

Pra derreter o coração: Ovos Benédictinés.

Essa receita de ovos é mais do que um gracejo para o brunch, o ovo poché tem mais de uma razão para estar entre os meus métodos de preparo preferidos. Pela fato de ser cozido somente em água com vinagre e sal ou num caldo leve, o ovo preserva todo o sabor, e quando perfurada a clara, a gema brilha, amarela, doce e viscosa, sangrando pelo prato.
Os ovos benédictinés tradicional é acompanhado de lombo e o molho holandaise. Mas você pode preparar somente o ovo poche e servir num leito de espinafres refogados, dentro de uma sopa nutritiva, ou deixar ele como uma pérola sozinho numa torrada bem feita.

Fora isso, todo e qualquer acompanhando com este ovo deve ser pensado com carinho, sempre leve, amistoso, pouco sal.

Seguimos com a receita.

Para o ovo poche é necessário uma panela com água a 95 graus ( pré fervura, shimmering, como preferir o nome), um punhado de sal e uma boa borrifada de vinagre na água. Quando a água voltar ao ponto de pré fervura, quebre o ovo numa concha e com cuidado submirja ele nessa água, por aproximadamente 2 minutos, retire e reserve num bowl com água fria para deter a cocção.

Se você busca aventura, então tente desta forma: Use uma panela funda, tipo para macarrão e a mesma solução de sal e vinagre, faça um redemoinho com uma colher e com muito mais cuidado e rapidez, jogue o ovo no centro deste redemoinho, a clara vai envolver a gema e formar uma pérola. Fica lindo, maravilhosamente lindo. Tire com uma escumadeira e reserve num bowl com água fria para deter a cocção.

Prepare uma torrada bem gostosa – aqui cabe o estilo de cada um – passe um pouco de maionese e coloque duas fatias de Salmão defumado, sobre o Salmão o ovo e sobre o ovo o molho.

Para acompanhar vale verduras refogadas, tomate fritinho ou assado.



Aproveitamento Integral: Torradinhas de Banana com casca e Queijo Coalho

 
Essa é uma rapidinha que dá super certo, a casca da banana fica macia e saborosa, na minha casa acharam que era chocolate!

Compre pão de forma, um cacho de banana prata e uma embalagem de queijo coalho.

Corte a torrada em cubos, as bananas em rodelas com casca e o queijo coalho em fatias de meio centímetro.

Monte a torrada com o queijo em baixo e a banana em cima, coloque no forno pra assar tempo suficiente para que o pão torre e a banana fique mole.

Finalize com melaço de cana.

Super delicinha.

22.7.10

Aproveitamento Integral: Arroz 7 grãos com peito de peru e casca de manga

Aproveitar integralmente é preciso, e quem acha que casca é lixo, está muito enganado. Mas daí você me pergunta, se tem casca na receita, cadê o resto da manga? Tá num chutney, que será a próxima receita, ou então, pode estar numa salada, na sobremesa...

A questão aqui levantada é mais do que simplesmente fazer uma receita exótica para agradar aos amigos, mas entender que podemos e devemos ver com outros olhos todas aquelas partes que jogamos fora dos alimentos, essa filosofia toda também vai ficar pra outro post.

Vamos agora ao que interessa.

Essa salada de arroz 7 grãos é deliciosa por vários motivos: é fresca, saborosa, crocante e o molho blueberry além de dar uma tonalidade roxa é também de um sabor sexy, sabor cosmopolita, de festa com gente bonita e música boa. Vale servir só, como entrada e fria, ou acompanhando uma proteína suave como carne de porco ou peixe.

Quem não gosta de arroz 7 grãos, pode usar outro, só o selvagem ou integral, o arroz branco não fica tão bacana porque a receita exige um sabor mais acentuado.

Para uma receita, use um pacote de arroz 7 grãos (500gramas). Para cozinhar, siga as instruções do pacote. Assim que o arroz estiver pronto, acrescente a casca de 4 mangas, picada em cubinhos e o peito de peru, aproximadamente 150 gramas. Reserve.

O molho blueberry.

Para fazer o molho de blueberry, compre uma caixinha daquelas prontas no supermercado. Normalmente a blueberry ( nos estates) é doce, mas aqui, devido ao solo, ela tem um sabor mais terroso, adstringente, levemente ácido, que combina perfeitamente com as misturas de grãos da salada, e a casca da manga.

Continuemos. Amasse grosseiramente as blueberries, deixando alguns pedaços maiores e coloque na panela;junte uma cabeça de alho picado, 4 colheres de açúcar e um fio de azeite. No fogo brando, mexa até o açúcar derreter e formar uma calda leve, quase rala. Quando estiver pronta, misture à salada e corrija o sal.




Foto: André Mantelli

13.7.10

Queijo de Cabra quente com crosta de Canela e Gergelim

O queijo de cabra é um dos meus preferidos, não é a estrela do meu prato, mas, por ser fácil de achar em quase todos os supermercados, acabo sempre cedendo a sua doçura. A leveza deste queijo é perfeita e combina fácil com muitos pratos que exigem uma combinação sutil e temperos moderados.

Existem inúmeras marcas e qualidades de queijo de cabra, de preferência aos queijos mais macios ao toque, às vezes, querendo economizar, podemos acabar com uma fatia de borracha no prato.

Aqui vai uma receita muito simples e diferente, bacana pra servir aos amigos ou pra reacender uma paixão. A força e o picante da canela com o salgadinho do gergelim, além de dar textura e cor, deixa o sabor do queijo de cabra mais alegre e bem equilibrado.

Se o queijo vier na forma de tubinho, corte ele em rodelas e reserve, se vier redondo, corte ele em quatro, ou em pedaços pequenos. Muito cuidado quando for cortar, por ser muito frágil ele pode desmontar inteiro na sua mão. Para que ele crie mais firmeza, antes de fazer este procedimento, coloque por alguns minutos no freezer.

Em seguida, num prato raso, coloque a canela em pó e o gergelim e misture bem os dois, com cuidado, pegue seus pedaços de queijo e vá empanando com a mistura, até que ele seja coberto por inteiro.

Se tiver um forninho elétrico ou um forno que grelhe, melhor, se não, coloque a temperatura do forno bem alta, uns 15 minutos antes. Quando terminar de empanar, coloque no forno e deixe por aproximadamente 5-8 minutos, para que ele esquente e doure levemente por fora.

Sirva com torradas e vinho branco.

6.7.10

Jamie ma Love

Quem me conhece sabe que sou a fã número zero do Jamie Oliver, meu DEUS da cozinha moderna, além de ele ser fofo, lindo, simpático e fazer aqueles trabalhos com criancinhas, as receitas dele são sempre muy fáceis de fazer e quase sempre muy saborosas também.

O nome desse macarrão na verdade é pasta com rúcula , anchovas e limão, mas aqui vou chamar de Jamie ma Love ( licença poética). Essa receita foi uma daquelas epifanias que tomam conta da gente uma vez ou outra na vida. E agora, depois de estar viciada nela, sempre que em casa aparece alguma boca desprevenida eu logo boto pra dentro esta receita. Quem tiver solteiro, se apaixona logo.

Para fazer a receita basta spaguetti, limão, pimenta dedo de moça em pedaços e sem a semente, rúcula, dois dentes de alho picado e anchovas. Acho que é a pasta mais rápida que já fiz. Duas anchovas por pessoa basta

Primeiro de tudo, coloque o spaguetti para cozer, quando estiver pronto reserve ele de modo que não esfrie muito. Outra opção é desligar o fogo antes do cozimento completo e deixar que a água aos poucos cozinha o final, assim terá a pasta ainda quente.

Numa frigideira grande coloque um fio de azeite, um pequeno punhado de alho e de pimenta picada e as anchovas. Deixe fritar um pouco e com uma colher de pau vai esmagando a anchova, uns 2 minutos no máximo, em seguida, jogue um punhado de rúcula na frigideira e somente assuste ela um pouco, no final, acrescente a porção de macarrão na frigideira, deixe mais alguns instantes mexendo de leve pra que a massa receba por inteiro o molho da frigideira.

E o limão? Antes de servir a massa, faça um teatrinho na frente da pessoa e esprema algumas gotas de limão em seu prato, por cima da pasta.

Os aplausos estão garantidos.

Dica: pra acompanhar, um vinho espumante vai deixar a mesa mais alegre.

Namorado Assado. O peixe, claro.

Sai para comprar anchovas, mas acabei voltando com um namorado, peixe de água salgada e que se encontra em quase todo o litoral brasileiro, muito saboroso e possui uma gordura delicada, bom pra assar.

A minha primeira descoberta ao fazer esta receita foi que no meu forno não cabe um peixe de 2,5 kilos e tive que brigar sozinha contra a natureza da física e fazer dois objetos ocuparem o mesmo espaço – no caso três: assadeira, peixe e forno.

A minha segunda descoberta foi saber temperar o peixe de uma outra forma que não uma marinada de azeite e ervas e passar por todo o peixe. A técnica é simples, basta usar uma faca afiada e fazer pequeno furos transversais no corpo do peixe e lá ir colocando as ervas, eu coloquei manjericão e louro, por dentro do peixe eu ainda coloquei algumas fatias de limão. Pode-se colocar as ervas que quiser, o gosto não fica tão acentuado como na marinada e o design fica super bonito pra ir a mesa.

Depois de embelezar o peixe, uma generosa camada de sal grosso cobre o fundo da assadeira, e depois que coloca-lo, uma segunda camada por cima, cobrindo toda a sua extensão. Tem pessoas que acham que o sal grosso vai salgar o peixe, na verdade, o sal cria uma camada protetora, deixando ele mais pra cozido do que para assado.

Deixe de 40 minutos a 1 hora, dependendo do forno.

Ao retirado o peixe, com delicadeza bata na camada de sal, que agora vai estar bem dura e solte aos poucos os seus pedaços, depois de desencapar o peixe, leve a mesa e sirva.

Desta vez, os vegetais ao curry foram o acompanhamento.

Ah, o cotidiano!

A vida é longa, e entre tantos contratempos, trabalhos, viagens, carreiras de sucesso, filhos, cachorros,férias de verão; sem perceber, deixamos a nossa comida como um dos últimos itens a serem renovados, e quando nos damos conta, passamos grande parte de nossos dias comendo pratos chatos, repetitivos, circulares.

Posso citar aqui alguns momentos que eu chamaria de insights se não nos ocorressem todas as vezes que pensamos em comida.

Uma pasta: spaguetti
Um molho: de tomate
Uma carne: bife grelhado, peito de frango
Um acompanhamento: arroz, vegetais grelhados.
Uma sopa: missoshiro de saquinho ( já tomei litros disso)
Um peixe: atum enlatado
Salada: tomates, alface, cenoura
Sanduíche: Misto quente, porque não?

Assim, passamos semana trás semana, acomodando o nosso paladar em um limitado cerco de sabores. E mesmo em tempos onde nunca antes a gastronomia foi tanto o centro das atenções, sabemos que dentro de casa, as coisas não cheiram exatamente ao glamour que vemos nos programas de culinária. A realidade é crua e sem sal.

Sabemos também que pra conseguir sair dos trilhos da vida cotidiana, exige sim, alguns esforços como, por exemplo, ter que abrir um livro de receitas, ou reciclar a sua boa e velha lista de compras, tão confortável e familiar. Mas antes de ficar deprimido, achando que é um derrotado no campo da gastronomia, saiba que eu sou assim também. É um exercício diário poder pensar em coisas diferentes, em combinações, sabores e temperos. Ainda mais porque não sou nenhuma mestre e portanto também vivo limitada ao pouco do que sei sobre comida. Mas isso não tira o meu sono, não senhor. Pelo contrário, abrir todos os dias um livro diferente, ler rapidamente uma receita na internet, isso ajuda, aos poucos, a entender o ilimitado universo dos alimentos e suas combinações.

Não é necessário encarnar o espírito do Alex Atala e logo de prima sair por ai, desossando frangos, reduzindo molhos complicadíssimos ou tentando fazer aquela sobremesa francesa que um dia você comeu num bistrô. As chances de se frustrar e desistir ao ver o seu primeiro caramelo virar um carvão no fundo da panela são muito maiores. O sucesso na cozinha vem da nossa habilidade de dominar variáveis , e elas são muitas. Portanto, tente equilibrar técnicas já conhecidas com pitadas de ousadia.

Pasta é uma coisa fácil e sempre um bom campo para ser explorado. Mas quando tentei fazer a minha própria massa, num jantar com 10 amigos, eu quase tive que pedir uma pizza, a comida saiu somente as 2 da manhã, por que? Por que ousei demais e achei que ia impressionar a galera com a máquina de pasta nova. Ledo engano. Passo um: teste sempre antes.

Se no oceano das técnicas o melhor é sempre se assegurar antes, o mar dos sabores é uma aventura talvez menos penosa e mais divertida. Se a sua criatividade não é tão elaborada assim, então tente uma receita com ingredientes que você nunca imaginou juntos num prato e assim já vai ter garantido uma volta no wild side da cozinha.

Mas isso só vai acontecer se conseguir olhar um pouco pra fora do micro universo do dia a dia e ter paciência pra ir conquistando aos poucos autoconfiança suficiente. É sempre mais fácil comprar um molho para pasta pronto ou uma base de pizza congelada, mas será que este é o caminho? Tem pessoas que não suportam a idéia de cozinhar, isso eu respeito. Mas há outras que simplesmente não cozinham porque acham que não possuem competência para isso, mas entendam: só vivemos porque comemos, e se nossos ancestrais faziam lá seu churrasco de bizão, então também podemos fazer o nosso. Acho que cozinhar é algo nato da gente, nascemos sabendo mais ou menos o que é, e este instinto fica adormecido até que um dia alguém decida abrir a geladeira e fazer um omelete.

Dentre todas as desculpas a pior delas é a do tempo, este a gente tem, basta adaptar receitas que caibam na hora vaga. O jantar vira uma marmitinha do almoço no trabalho, caso esteja enjoado do kilo ao lado. E sempre que der, deixe no domingo uma salada de massa com vegetais, é o tipo do prato que dura até uma terça-feira. Pois os primeiros dias da semana são sempre os piores. Escolha o estilo preferido de cozinha, compre livros com títulos: cozinha pra um ou roteiros fáceis de pratos pra semana. Hoje em dia tem tudo e de tudo, é só tentar.

E se no fim der errado e todos os seus ovos acabarem sem ter rendido um ovo frito se quer e partir pra um china in Box, tudo bem, pelo menos você tentou e vai ter uma história pra contar quando os convivas aparecem e perguntar: mas hoje não era suflê?