31.8.10

Tortilla Espanhola, para desbravadores.



Aqui escrevo uma receita básica de tortilla, mas que pode sempre ser mudada. O clássico é com batatas e cebola, mas vale de tudo um pouco, como omeletes.

 Para se fazer uma tortilla, existe algumas exigências prévias na cozinha: Uma frigideira de bordas altas e certo corrones. Já explico porquê.

Apesar de ser algo bem simples de se preparar, é preciso ter paciência e auto controle para não desesperar e achar que ela nunca vai realmente cozinhar por completo. Uma boa tortilla é fácil, porém, demoradinha.

Para uma frigideira grande ( a grande básica), 12 ovos, 3 batatas medias inglesas e 2 cebolas. As duas últimas em rodelas de meio centímetro. Bata os ovos num bowl, acrescente sal e pimenta e reserve.

Agora, o momento critico: Com a frigideira ainda fria, coloque as rodelas de batata, cobrindo todo o fundo dela, acresça azeite suficiente para deixar elas literalmente “banhadas”, ligue o fogo, chama baixa, e deixe que o calor do azeite cozinhe lentamente as rodelas de batata. Isso mesmo, cozinhe. Não tente aumentar o fogo pois vai fritar as rodelas e as chances de você ter que começar do zero são altas.

Quando sentir com um garfo que elas estão suculentas, acrescente as rodelas de cebola por cima e por mais uns momentos, espere até que elas também fiquem tenras.

Depois que as batatas e as cebolas estiverem assim, deliciosas, jogue os ovos por cima e com uma espátula, mexa suavemente o conteúdo da frigideira para os que os que a mistura fique regular e envolvendo tudo.

Nessa hora, pode aumentar um pouco a chama. Você vai perceber que a tortilla começa a cozinhar de fora pra dentro, não se preocupe se queimar um pouco as bordas, é natural. Com a espátula, vá soltando as laterais grudadas e as vezes ( dica caseira) faça furinhos na tortilla para que o ovo cru desça e cozinhe também.

Quando ela estiver homogênea – vai sempre sobrar uma “babinha” de ovo, mas que vai estar uma delicia-  desligue o fogo.

Virando a tortilla:

Agora é a hora dos corrones: se não tiver um prato largo, do tamanho da frigideira, use uma forma de bolo redonda, e desse modo, vire a tortilla nele, para depois virar novamente no prato de sua preferência. Se a frigideira for uma daquelas lindas, leve à mesa como está.


Acompanhe com uma salada verde.
Fotos: Orlando Lemos




Sangria da boa

Ainda na onda espanhola e agora que o tempo anda realmente louco, é sempre bom aproveitar os dias de sol pra variar o duo cerveja/caipirinha.

Uma bela sangria sempre faz a diferença, tão simples, fresca e colorida, pra comemorar a primavera ou pra adoçar os fins de tarde esparramado na grama.

Para compor a maravilhosa bebida, frutas das estação, muito doces ou algumas ácidas, contrapõe o gosto de um vinho barato, puxando o adstringente.

Vale quase de tudo: pêssegos maduros ou em lata, laranjas, melão, maçãs, uvas, morangos...

Para um litro de vinho barato, pero no mucho, um copo de suco de laranja bem docinha, açúcar e o toque final – Não, não é cointrau nem frangélico, mas sim canela.
Ah, canela?
É, faz parte da versão original da sangria valenciana e dá um toque terroso.

Servir ultra gelada.

Dica: quando fiz a minha sangria, usei um vinho nacional, ele é bem seco e tem gosto daqueles vinhos de São Roque, porém, com uma vantagem: Orgânico.
Quando lembrar o nome, aviso.

Foto: Orlando Lemos

20.8.10

Recipe for S&M Marmalade por: Judith Pacht

Blood Oranges
should be eaten
naked,
blushing,
cupped
in the palm.
Easily entered,
fingers
separate skin from flesh,
carefully pulling flesh
segment by segment,
opening the ruby-orange,
rosy-wet.

Ignore
the rest:
the bitter Sevilles,
Hamlins
the under-ripe
green-tinged,
the rusty orange.
Mottled.
Rough.
Sour.

Leave them
to the flash
of a newly whetted blade
sharp and cold
cutting into skin and flesh.
Slice.
Soak.
Turn up heat.
Boil until flesh melts
and bubbles blister
thick deep orange.

Think only of the end,
the mouth-feel,
the stew of dark sweet
and juice
and thickened pulp

to swallow

10.8.10

O Luxuriante Chutney Picante de Pimentões Vermelhos

Luxo, poder e glória é o que resume este delicioso chutney. O balanço perfeito entre o ácido do balsâmico ( calma, que lá vem a receita), com os açúcares tanto do pimentão como do mascavo torna ainda mais intenso este acompanhamento. As combinação sur-tons de vermelhos, bem...só fazendo pra saber do que eu estou falando. Ele abençoa carnes vermelhas em geral, mas um porquinho fica feliz também se puder se lambuzar nesta delícia, numa torrada com queijo de cabra é melhor que macumba pra amarrar amores arredios e trazer pra perto os os queridos  distantes.

Pra começar, ligue seu forno em temperatura infernal e coloque lá pra assar – mas não vacile, porque assa rápido, 8 pimentões vermelhos, suculentos e frescos...hmn... Durante uns 15- 20 minutos eles devem ficar assando, pra que a gente possa tirar a primeira pele dele. Junto ao pimentão, coloque pra assar também 8 pimentas Dedo-de-moça , pois faremos igual  aos pimentões.
Abra as pimentas e os pimentões, tire as sementes e não coce seus olhos nem nenhum outro orifício seu por algumas horas, tire a pele, raspando levemente com a parte sem fio da faca, pique tudo, junte num bowl e reserve.

Em seguida, coloque em uma panela um fio de azeite e lá refogue 2 cebolas roxas picadas, 3 folhas de louro, 2 talos de alecrim e dois pauzinhos de canela. Quando a cebola começar a ficar transparente, acrescente os pimentões e as pimentas, refogue por uns 3 minutos.

Em seguida, quando o louro e a canela começarem a invadir a sua cozinha, acrescente então 150ml de aceto balsâmico, mexa mais um pouco e acrescente então 100 gramas de açúcar mascavo. Continue mexendo até derreter tudo. Se ficar muito ácido, mais açúcar, se ficar muito azedo, mas ácido.
Abaixe o fogo pra menos que shimmering e deixe por mais ou menos 1hora. Sim, um bom chutney leva tempo pra depurar, eu deixo o meu por até 3 horas se for preciso.

A receita rende 500 gramas, se for muito, faça metade e se quiser guardar, um pote esterilizado ( procure na net como se faz) funciona. Agüenta uma semana ou mais na geladeira, num armário fechado e escuro, alguns meses.

Pra acompanhar, boa música e muitas bocas.