Ó de ti, suprema força de todos os amores
Tua alva carne faz cegar os desavisados olhos
Teu sumo ácido faz animar os humores
Dos que querem a força de teu sabor e molho
És temida também por homens outros
Que nada sabem de teus segredos mil
Fechada em manto ora róseo ora roxo
Derrubas a moral até do mais forte e viril
Se dourada já não és mais hostil
Que o amor sem sal, o dia sem açúcar.
A vida sem ti seria pobre e vil
Ainda que para amar-te isso custa
Ceder aos encantos de teu doce-picante
Dentro da boca e de meu restante.
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