17.6.10

Cuscuz Daqui do Quintal

Nessa onda da alta gastronomia e receitas refinadíssimas a gente se esquece das coisas boas e simples da cozinha onde nada, além de uma pitada de sal e um pouco de amor, entra no caldo. Quero introduzir aqui uma arte esquecida ou muito pouco conhecida do querido e delicioso cuscuz nordestino.

Ok, vão me falar que estou louca, que é só ir na feira da Benedito Calixto que lá se come o conhecido cuscuz baiano, com peixe, camarão, ervilha etc. Mas caros, não estou aqui falando do famoso e sim do renegado, do primo simples.

A parte mais complicada do processo é encontrar a cuscuzeira ideal para o tamanho da sua fome. No mercado existem várias, a que minha mãe usa é a fome zero ou teta de nega, uma bem pequequina para porções individuais. Hoje, uso uma comum que dá pra servir até 4 fatias, ou quatro pessoas. Quando estou só, recheio somente até a metade.

O legal do cuscuz é que se pode preparar uma quantidade grande e guardar num pote de plástico na geladeira por até 6 dias e ir fazendo aos poucos.Para a mistura do cuscuz vai um pouco de intuição. Aqui eu passo pra vocês uma porção média, mas como disse, vai depender do tamanho da sua cuscuzeira.

Num bowl coloque uma xícara e meia de milharina da Quaker, - andei comprando a da Yoki, kimilho, mas não gostei, ela não absorve bem a água e os grãos acabam ficando duros. Junto a farinha, acrescente uma colher de sopa de amido de mandioca, um punhado de sal e um fio de óleo. Misture um pouco este mix e depois, aos poucos, vá acrescentando água até que a massa comece a formar umas bolas grudadas. Se colocar água de mais a farinha fica muito úmida e o cuscuz vai parecer um pudim, corrija com mais farinha se isto acontecer.

Estando a mistura pronta, deixe descansar por uns 15 minutos. Na parte baixa da cuscuzeira coloque água, no encaixe superior coloque o cuscuz mas não aperte ele, pois o vapor pode não sair e começar a vazar água pelo encaixe da panela, ou o cuscuz ficar seco no miolo.

O cozimento é super rápido, em 5-8 minutos está pronto ( após a água ferver). Solte da forma em um prato.

Dicas: No café da manhã eu coloco uma colher generosa de manteiga e como com café com leite, requeijão também é bem vindo. Quem gosta de queijo, pode ralar um pouco e colocar entre camadas de cuscuz antes de ir ao fogo.

No almoço substitui o arroz, fica bom com qualquer preparo. Uma carne seca ou de panela desfiada orna bem. Um molho de frutos do mar também.

Ta fazendo a dieta do glúten? Sorria, milho não tem glúten!
Na larica: bateu fome? Cuscuz na veia! Por ser rápido é ótimo pra comer entre atos.

Na Bahia, come-se também misturado ao leite de coco. No Piauí, um pedaço generoso é colocado num prato fundo ,num leito de café com leite, ou somente leite.

Aqui na minha casa, no Sudeste, costumo usá-lo para fazer um charme pro formigão, servindo na cama, com uma xícara de chá.

O chique é ser simples! Tem coisa melhor?

3 comentários:

patricia de paula disse...

Tudo de Bom!!!!!!
Viva o cuscuz, o milho e a festa de São João!!!!!
Maravilha o texto!
adorei.

bjocas
mamis

Jesus Dias disse...

Experimente comer cucuz com ovo frito de manhã.

patricia de paula disse...

maravilhosoooooo!!!!
ovo frito molinho na gema e cuscuz fumegando, um bocado de um um bocado de outro...nhaminhami